Cerca de 170 mil frangos morrem por dia na Bahia por causa do desabastecimento de ração causado pela greve dos caminhoneiros, que chega ao nono dia nesta terça-feira (29). Os dados foram apresentados pela Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Faeb). No município de Governador Mangabeira, uma única granja perdeu mais de 50 mil frangos por falta de alimento e teve prejuízo de cerca de R$ 400 mil, de acordo com a Associação Baiana de Avicultura (ABA). Segundo a Faeb, a situação tende a piorar e a projeção é de que a partir de terça-feira (28) o número de aves mortas por dia passe a ser de 500 mil. Por causa dos bloqueios nas estradas federais e estaduais, as granjas ficam sem milhos, sorgo, entre outros insumos para alimentar as aves. Em Conceição da Feira e Santo Antônio de Jesus, cenários semelhantes foram registrados. Para retirar os animais mortos das granjas, estão sendo utilizadas caçambas e retroescavadeiras. “As aves, hoje, estão uma canibalizando a outra, comendo a carne da outra tentando sobreviver. É um momento dramático, além do prejuízo com a fruticultura, na pecuária de leite. Todas as atividades pagam um preço um pouco caro disso e que a gente entende que precisa ser resolvido rapidamente pelo governo federal e pelo governo do estado com ações emergenciais para minimizar esses prejuízos”, comentou o presidente da Faeb, Humberto Miranda. Na Bahia, existem 12 frigoríficos de frangos e 485 granjas que abastecem todo o estado, além de estados vizinhos e até mesmo outros países. Para muitos deles, segundo dados da ABA, o estoque de alimentou acabou na sexta-feira (26). Devido à falta de alimentos, as aves começam a se alimentar umas das outras e, depois de um dia sem alimento, começa a ocorrer uma morte generalizada. A previsão é que, se todas as 17 milhões de aves do estado morrerem hoje, o prejuízo pode chegar a R$ 70 milhões. “A situação nos planteis está calamitosa, muito preocupante, porque, com a greve, não chega ração. As aves morrem em questão de horas. E, se continuar desse jeito, vai virar caso de saúde pública, porque não vai local onde descartar tantas aves mortas”, falou a diretora executiva da ABA, Patrícia Nascimento. De acordo com o G1, a Associação publicou uma nota pedindo que os caminhoneiros liberem a passagem de veículos que transportam ração para que “a catástrofe não seja ainda maior e se torne um problema sanitário e de saúde pública”.
Fonte - iBahia