EGOTRIP – Ser ou não ser? Eis a comédia.
“O homem do nosso século – o homem psicológico, econômico, moral, metafísico – é um homem ‘massificado’, mas é sobretudo um homem ‘separado’. Separado dos outros, separado do corpo social, separado de si mesmo, dividido, fragmentado, despedaçado”, Jean-Pierre Sarrazac, em Léxico do drama moderno e contemporâneo.
Um grupo de quatro amigos tipicamente urbanos e individualistas decide viajar para uma longínqua cidadezinha do interior com o propósito de recuperar um suposto “anel de nobreza” pertencente à família de um deles. É assim que começa o inédito, divertido e envolvente espetáculo teatral “EGOTRIP – Ser ou não ser? Eis a comédia.”, que já tem apresentações confirmadas em quatro cidades baianas: Euclides da Cunha [28 e 29/05], Livramento de Nossa Senhora [04 e 05/06], Morro do Chapéu [10 e 11/06] e Salvador, onde esteia temporada no dia 07 de julho, no Teatro do SESI Rio Vermelho.
Nas curvas dessa viagem, os personagens viverão uma série de situações cômicas e dramáticas que transformarão suas percepções sobre o mundo. Uma clara alusão ao gênero cinematográfico road movie, em que os protagonistas deixam seus lares, partindo em busca de novas aventuras e fatalmente alterando as perspectivas sobre suas próprias vidas cotidianas. Durante esse processo, surgem muitas questões que refletem dilemas contemporâneos, como os binômios “carreira profissional x realização pessoal”, “posição política de esquerda x direita”, “casamento x vida solteira”, “cidade x campo” e “competitividade x solidariedade”. Dicotomias que proporcionarão uma busca de identidade, uma viagem do ego – daí o título da obra.
O espetáculo tem texto e encenação de João Sanches, trilha ao vivo de Leonardo Bittencourt e conta com um elenco estelar da nova geração do teatro baiano - Igor Epifânio, Alexandre Moreira, Jarbas Oliver e Rafael Medrado, que já integraram grandes sucessos de bilheteria, como “Entre Nós - Uma comédia sobre diversidade” (Prêmio Braskem de Melhor Espetáculo, Melhor Texto e Melhor Ator, em 2013), “A Bofetada”, “Os Cafajestes”, “Siricotico” e “Camila Backer”.
Por sua vez, o João Sanches é responsável por prestigiados espetáculos, como “Eu te amo mesmo assim”, “Boca a boca: um solo para Gregório” e “Entre Nós – Uma comédia sobre diversidade”, e que já realizaram temporadas tanto em outros estados, como São Paulo e Rio de Janeiro, quanto em outros países, como Estados Unidos e Portugal. Para Sanches, a vida dos dias de hoje é uma vida de muitos trânsitos, muitos caminhos, com trocas mais dinâmicas e intensas. “Foi dessa observação que surgiu a vontade de refletir sobre um paradoxal sentimento contemporâneo de desconexão num mundo super conectado”, explica o encenador, que se apressa em complementar: “mas com leveza e humor”.
O projeto global:
Além das apresentações, o projeto contou com a realização de quatro workshops, destinados a artistas profissionais e amadores das mesmas cidades do interior da Bahia onde ocorrerão as apresentações. Esses workshops tiveram duração de 20 horas (em cada cidade) e aconteceram durante o processo de montagem da peça. O objetivo principal era o de criar uma interlocução entre a equipe do espetáculo e os grupos artísticos dessas regiões. Ensaios abertos também fizeram parte das atividades, estendendo o trabalho da equipe para além dos workshops.
As cidades do interior escolhidas são pouco dotadas de equipamentos culturais, mas têm uma cena teatral expressiva que busca afirmação e interação com outros artistas. Ademais, o próprio mote da peça perpassa pela dicotomia “campo x cidade”, em que a desconexão do homem contemporâneo consigo próprio e, consequentemente, com o seu meio social e ambiental, provoca uma reflexão entre as culturas da cidade grande e da cidade pequena, explorando a separação entre o urbano e o rural, entre o central e o periférico, que funcionam como metáforas dessa desconexão existencial.
Por fim, tal interlocução, além de contribuir para a formação de artistas baianos, naturais ou residentes no interior do estado, serviu enormemente como laboratório criativo para a concepção do espetáculo e de sua dramaturgia.
Ficha Técnica:
Produção
Wanderley Meira
Texto, Encenação, Iluminação e Figurino
João Sanches
Elenco
Alexandre Moreira
Igor Epifânio
Jarbas Oliver
Rafael Medrado
Trilha musical ao vivo
Leonardo Bittencourt
SERVIÇO:
O quê?
Espetáculo EGOTRIP – Ser ou não ser? Eis a comédia.
Quando?
Dias 04 e 05 de junho
Que horas?
Às 20h
Onde?
Auditório do Centro Diocesano
Quanto?
R$5,00
Ingressos à venda na Livraria Café Com Letras, ou no Centro Diocesano, a partir das 18h nos dias de espetáculo