Dono da única redação nota mil do Enem na Bahia, jovem de 19 anos sonha em estudar medicina na Uesb

João Pedro Silva Bonfim, de 19 anos, é o dono da única nota 1.000 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) da Bahia. O jovem mora na cidade Vitória da Conquista, no sudoeste do estado, e sonha em cursar medicina na Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb).

Quando criança, João Pedro sonhava em ser astronauta, mas decidiu escolher ser médico, por causa da estabilidade financeira e para cuidar dos familiares.

Em entrevista, João Pedro disse que sempre gostou de estudar e que apesar de tirar 980 na redação do Enem em 2018, fez um curso específico no ano passado e se preparou melhor.

"Ano passado eu tentei aplicar em medicina, e esse ano eu vou tentar de novo. A segunda opção é a área de linguagens, que eu gosto bastante. Pode ser Letras ou Relações Internacionais. Eu tenho visto que [medicina] é uma área valorizada no mercado".

O tema da redação do Enem 2019 foi "Democratização do acesso ao cinema no Brasil". Os estudantes tiveram acesso a textos de apoio como um trecho do artigo "O que é cinema", de Jean-Claude Bernardet; um trecho do texto "O filme e a representação do real", de C.F.Gutfreind; um infográfico do periódico "Meio e a Mensagem" sobre o percentual de brasileiros que frequentam as salas de cinema; e um trecho do texto "Cinema perto de você", da Ancine.

Ao ser perguntado sobre as dificuldades que encontrou na prova de redação, João Pedro disse que o tema foi mais difícil que o de 2018: "Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet".

"Eu tentei argumentar falando do cinema muito como uma forma de conscientização e como uma forma de conhecimento aliada à arte, porque o cinema obviamente é a sétima arte. Eu tentei partir mais para esse lado da conscientização e do conhecimento".

João Pedro usou o filme "O Grande Ditador", escrito, protagonizado e dirigido por Charles Chaplin para fazer um paralelo entre os anos 40 e 2019. Para o jovem, a ideia era trazer a importância sobre a população ter a consciência da gravidade do preconceito.

"Eu falei também da ditadura, que é um tema atual, porque desde o ano passado alguns grupos pelo Brasil chamaram atenção por defender medidas antidemocráticas, medidas até autoritárias, pedindo a volta de um sistema ditatorial. Tentei fazer esse paralelo com a realidade [presente] e com o passado, e tentei deixar o texto mais contemporâneo... Tentar pegar do passado e fazer uma conexão com o presente", concluiu.

 

Fonte - G1