Governo estuda liberar dinheiro do FGTS para estimular economia

Para estimular a economia, o governo está estudando liberar o dinheiro de contas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

A estagnação da economia não é novidade para o governo, mas o ministro da Economia fez questão de afastar medidas mágicas. Paulo Guedes defendeu que o primeiro passo é fazer as reformas, porque o sistema de pagamento de aposentadorias e benefícios está em colapso.

O brasileiro está vivendo cada vez mais. A expectativa de vida em 1960, quando a Previdência Social passou a ser gerida com regras unificadas, era de 49 anos. Em 2017, passou para 72.

A projeção em 2019 é de um rombo nas contas da Previdência de R$ 218 bilhões, o que representa 2,9% do Produto Interno Bruto. Para 2020, quase R$ 238 bilhões, 3% do PIB; 2021, R$ 255 bilhões, também 3% do PIB.

“Nós temos que começar pelas coisas mais importantes. Então, o voo da galinha nós já fizemos várias vezes. Você faz uma liberaçãozinha aqui, baixa artificialmente os juros para reativar a economia. Aliás, foi assim que o último governo caiu. O último governo caiu exatamente com irresponsabilidade fiscal, com juros baixos, tentando artificialmente estimular a economia. Nós não vamos fazer truques nem mágicas, nós vamos fazer as reformas sérias, fundamentos econômicos. E, naturalmente isso acontecendo, aprovada a reforma da Previdência, o horizonte de investimentos clareia”, afirmou Paulo Guedes, ministro da Economia.

O ministro espera que, com um equilíbrio nas contas promovido pela reforma da Previdência, os investimentos voltem e estimulem a criação de empregos e renda. Paulo Guedes adiantou que o Ministério da Economia estuda liberar o dinheiro dos trabalhadores depositado em contas do FGTS. A medida tem potencial para injetar até R$ 20 bilhões na economia.

Ainda não está definido se os saques poderão ser feitos em contas ativas — quando o empregador ainda está depositando — ou só em contas inativas. Está em estudo também a liberação do abono salarial PIS-Pasep. Mas isso depois da aprovação das reformas.

No governo Temer, 25 milhões de trabalhadores puderam sacar o dinheiro do FGTS em contas inativas. Uma injeção de R$ 44 bilhões na economia, estimulando o consumo. Mas o economista Roberto Ellery, professor da UnB, concorda que não adiantam medidas de estímulo sem o dever de casa feito.

“O estímulo pode ser um alívio necessário para evitar pressão, mas nós não vamos resolver o problema do Brasil via estímulos. O que nós precisamos é de uma agenda profunda de reformas, que só começa com a reforma da Previdência. A reforma da Previdência é só o começo”.

 

Fonte - G1