Operação da PF pode afetar vendas brasileiras de carne no exterior

A maior operação da história da Polícia Federal, batizada de “Carne Fraca”, pode manchar a imagem de dois grandes players globais do mercado de proteínas animais – JBS e BRF -, que respondem por uma fatia expressiva da receita de US$ 14,2 bilhões que o Brasil faturou com as exportações de carnes bovinasuína e de frango. Para se ter uma ideia, as vendas externas de carnes do Brasil representam quase 15% de tudo que o agronegócio nacional exportou em 2016.

O Brasil lidera as exportações mundiais de carne bovina (US$ 5,3 bilhões) e ocupa o segundo posto do ranking no frango (US$ 6,7 bilhões). Além de dominar as vendas internas de carnes, JBS e BRF têm plataformas de produção em vários países do mundo.

A JBS é a maior processadora de proteínas de carnes do mundo e lidera inclusive o mercado norte-americano. Presente em 23 países, o grupo tem 300 mil cliente em 150 países.  A BRF também é uma empresa globalizada e desde 2013 vem seguindo uma estratégia de internacionalização, com aquisições de empresas em vários países, inclusive uma joint-venture com a Singapore Foods.

A operação da PF investiga crimes graves como a re-embalagem de produtos vencidos, excesso de água, inobservância da temperatura adequada das câmaras frigoríficas e venda de carne imprópria para o consumo humano. São denúncias que podem ter impacto negativo para a carne brasileira no exterior, em um momento em que o ministro Blairo Maggi, da Agricultura, está empenhado em ampliar o mercado para os produtos brasileiros lá fora. Desde que assumiu o Ministério, Maggi realizou várias missões comerciais para ampliar o acesso das carnes a novos mercados, como os Estados Unidos, onde as principais restrições são sanitárias.

 

Fonte - Globorural