Necessidade de reconhecimento e valorização das Polícias

Analisando a obra de Rousseau - O Contrato Social -, percebemos que aquele que fere o pacto social deve ser segregado. Contudo, em nosso país essa realidade está cada vez mais distante, considerando a política "assistencialista" voltada para o criminoso. E como se isso não bastasse, as investidas contra nós policiais estão cada vez mais acerbas, colocando-nos sempre na berlinda, numa situação de eterna suspeição. Sob o pretexto de defesa dos direitos humanos, tem sido recorrente a criação de mecanismos legais que favorecem aqueles que ferem o tratado social, em detrimento dos que os combatem.

Em toda categoria profissional há aqueles que prestam bons e maus serviços. No universo dos policiais isso não é diferente! Agora... fazer da exceção a regra, termina por ofender aqueles que no dia a dia defendem a sociedade, com dedicação e denodo, mesmo com o risco da própria vida, conforme compromisso assumido por ocasião da conclusão do curso de formação policial a que foram submetidos.

Nós, que integramos a sociedade, todos nós, indistintamente, devemos entender que a única barreira, o único obstáculo que existe entre nós e os criminosos é a POLÍCIA! O reconhecimento dos serviços prestados por esses profissionais de segurança pública representa, ao nosso ver, uma medida inteligente e, acima de tudo, um estímulo ao incessante combate,  principalmente considerando a atual conjuntura do nosso país, em que é visível o recrudescimento do crime! Preparada ou não, é a polícia que irá guerrear contra esses facínoras, os quais a cada dia nos fazem recuar, impedindo-nos de andar livremente pelas ruas, deixando-nos aturdidos e temerosos.

Durante os mais de trinta anos de trabalho no campo da segurança pública, temos acompanhado, de perto, que, dificilmente, pessoas idôneas, íntegras, têm suas vidas ceifadas por criminosos, exceção feita àquelas vítimas de latrocínio. Temos constatado, sim, que, na maioria das vezes, criminosos matam criminosos, envolvidos todos eles com o narcotráfico, que se alastra trazendo sérios problemas à sociedade.

As polícias têm se empenhado intensamente no combate ao crime, com todas as suas dificuldades - que não são poucas -, e o amparo da sociedade assume caráter relevante para o cumprimento de uma missão por demais espinhosa. Como Comandante de uma Unidade Operacional PM, temos percebido o esforço ingente de cada policial no sentido de cumprir a sua missão, em muitas das vezes valendo-se do seu período de folga e de descanso junto aos seus familiares. Assim, que possamos bradar, nos quatro cantos das nossas cidades, que temos uma POLÍCIA que nos é motivo de orgulho!

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* Irlando Lino Magalhães Oliveira é Oficial da Polícia Militar da Bahia, no posto de Major do QOPM, atual Comandante da 46ª CIPM/Livramento de Nossa Senhora, Aspirante a Oficial da Turma de 1986, tendo ingressado nas fileiras da Corporação no ano de 1984. Possui especialização em Gestão da Segurança Pública, pela Universidade do Estado da Bahia (UNEB); Direitos Humanos, pela Faculdade Dois de Julho; e Programa de Desenvolvimento Gerencial Integrado (PDGI), na área de Gestão de Segurança Pública, pela UNEB e Fundação de Administração e Pesquisa Econômico-Social (FAPES). É autor do Projeto Ações Preventivas nas Escolas e Comunidades (PROAPEC), tendo proferido mais de 160 (cento e sessenta) palestras no Oeste e Sudoeste baiano, abordando temas sobre segurança pública, violência em meio escolar, segurança nas escolas, drogas, bullying, dentre outros.
Email: irlandooliveira@gmail.com